Depois do PC para todos, celular para todos?
As operadoras de celular fizeram o que puderam, na Futurecom, em Florianópolis, para mostrar que a carga de impostos sobre os celulares é surreal no Brasil - só fica atrás dos percentuais de Uganda e da Turquia, passando dos 30% e chegando até perto de 40% (tudo depende de como se fazem os cálculos). Uma ceifada nos impostos, argumentaram, poderia repetir com os celulares o fenômeno do PC Para Todos, incluindo quem está à margem em termos de comunicação.
Tomara que o argumento cole - viver sem celular, em pleno século 21, é uma sentença de exclusão. Pode funcionar para hippies velhos que gostam de viver na praia ou no campo, mas para o resto da humanidade é problema. E impostos tão pesados, sobre serviços tão essenciais, são mesmo um despropósito. Celulares menos taxados poderiam criar um ciclo virtuoso em que todo mundo sairia ganhando - dos sem-celular aos varejistas, dos fabricantes dos aparelhos às operadoras. Haveria mais oportunidades, mais emprego, mais estímulos e condições para o crescimento da economia.
Tomara também que os planos do governo de universalizar o acesso ao celular - exigindo a universalização das operadoras que participem do próximo leilão do 3G e oferecendo em troca preços palatáveis - também dêm certo. Já há capitais com mais de um celular por pessoa no país - como Salvador - mas uma parte grande das pequenas cidades brasileiras estão fora desse circuito. Com a universalização, milhões de pessoas teriam a chance, pela primeira vez na vida, de ter acesso a telefone perto de casa. Essa bandeira as operadoras não querem carregar - muito pelo contrário. Mas ela faz tanto sentido quanto a tesourada nos impostos sobre os serviços de celular.
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