A operação de quebra sigilo dos e-mails da Assembléia Legislativa em busca de informações sobre diárias, cotas e possíveis irregularidades no Departamento de Serviços de Informática repercutiu hoje entre os deputados estaduais. A investigação da promotoria especializada criminal do Ministério Público (MP) começou após a descoberta da fraude dos selos. No dia 23 de outubro, os promotores obtiveram na Justiça um mandado de busca e apreensão de todos os endereços de e-mails da assembléia onde constam no título as palavras "diárias" e "cotas", associadas com as palavras "alterações", "exclusão" e "requisição".
Foi revelado que a Justiça determinou a abertura de mensagens eletrônicas de 1.720 endereços de e-mail de servidores e deputados. O mandado de busca e apreensão — que já foi cumprido em parte — não especifica o eventual servidor ou deputado que está sob investigação. O procurador geral de Justiça do Estado, Mauro Renner, garantiu hoje que nenhum deputado é alvo da averiguação. Mesmo assim, o mandado de busca e apreensão não exclui os parlamentares da investigação. O deputado Adão Villaverde (PT) comentou o assunto:
— Quem não deve não teme.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Francisco Appio (PP), avalia que se houver quebra de sigilo de informação de e-mails, o deputado tem de estar preparado:
— Não ha vida privada na função que estamos exercendo.
As cópias com e-mails estão guardadas em formato digital e trancadas em um cofre na Assembléia. Nos próximos dias, o material será fornecida ao MP. Mas só os e-mails com as palavras diárias e cotas, e segundo o procurador Mauro Renner, somente mensagens de um grupo específico de servidores sob investigação. A Superintendência da Assembléia Legislativa reforçou hoje a disposição de deixar todas as informações à disposição do MP e afirma que irá cooperar com as investigações.
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