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Valdeno Brito vence Corrida do Milhão

O único nordestino entre os pilotos da Copa Nextel Stock Car sagrou-se o vencedor da prova mais badalada da história da categoria. Confira o que disse o piloto Valdeno Brito na coletiva de imprensa logo após a prova disputada no Autódromo de Jacarepaguá, no Rio.

A felicidade do vencedor
Não preciso nem dizer como estou muito feliz com a minha primeira vitória, justamente na prova mais importante da história da Stock Car. Queria agradecer a minha equipe, que fez um trabalho brilhante para que os pit stops saíssem perfeitos. Queria agradecer também a todos que acreditaram em mim e aos meus companheiros de equipe. É um prazer trabalhar com eles.

Análise da prova
Tive uma largada boa, no início da prova o carro estava bem competitivo. Mas depois todos puderam ver que eu estava com dificuldades de guiar com pneus de chuva na pista seca. Meu acerto estava melhor para o início da corrida, mas eu tive cabeça para segurar aquela turma toda que vinha atrás, o que não é fácil.

Deu tudo certo na primeira parte da prova, trocamos os pneus e daí para frente só tive que acelerar o mais rápido possível, porque o carro estava perfeito. Agradeço mais uma vez ao Andreas Mattheis, que tem puxado a minha orelha na hora certa.

O momento que assumiu a liderança
A gente sabe que corrida só termina na bandeirada. Eu já tive tantos momentos iguais ao que o Cacá teve hoje, de estar liderando, estar em segundo ou terceiro e ter algum problema no carro. Isso é normal. Hoje, felizmente, foi a minha vez de tirar vantagem e, a partir daquele momento, passei a poupar o carro para chegar sem problemas no fim da corrida. Mas não digo que foi sorte. Foi competência minha e da equipe, que me deu um carro confiável.

Do início difícil ao prêmio milionário
Em 1998, parei de correr por falta de patrocínio. Meu pai, que inicialmente bancava a minha carreira, não tinha mais condições. Em 2004, consegui dinheiro com o governo do estado da Paraíba para quarto corridas na Stock Car, depois de ficar cinco anos parado. Fui correr na equipe do Aloísio Andrade, que também não tinha muitos recursos. Numa das minhas primeiras corridas, em Tarumã, consegui largar na primeira fila ao lado do Cacá Bueno e, a partir daí, as coisas começaram a melhorar, porque outras equipes viram o meu trabalho. O Aloísio bancou até a quinta e depois fui para a LM Racing, onde terminei a temporada.

Em 2005, veio o meu primeiro pódio, o primeiro da Mitsubishi na Stock Car também. Então, para mim é Jesus Cristo em primeiro lugar e o governo da Paraíba em segundo para justificar a minha chegada até aqui. É um milagre eu ter chegado até aqui, mas também fiz a minha parte, fui perseverante.

Eu sou o único nordestino na categoria. É muito difícil pilotos serem formados no Nordeste, porque praticamente não temos autódromos e recursos.

O destino do prêmio
Não vou ficar com todo o milhão, mas a parte que me cabe vai para pagar 30 longas prestações da casa que estou construindo.